Durante
muito tempo predominou a visão sobre os povos nativos indígenas, que eles
estavam condenados a serem engolidos pelo progresso, sofrendo total processo de
aculturação, entretanto, contrariando esta previsão, os indígenas brasileiros
elaboraram estratégias de sobrevivência, levando a um crescimento de sua
população (SILVA, 2004). Conforme observado em estudo realizado por Oliveira
(2004) que observou um crescimento da presença indígena nos sensos brasileiros
entre 1991 e 2000.
Contudo
os indígenas passam por um processo de demarcação de seu território rodeado de conflitos,
principalmente fundiários. Na região do
sul da Bahia encontra-se quase na fase final o processo de Demarcação do Território
indígena Tupinambá de Olivença. Este processo é muito demorado, com 9 etapas
que se iniciam com o estudo da identificação e delimitação do território até o
registro das terras indígenas na Secretaria de Patrimônio da União, a cargo da
FUNAI (FUNAI, 2017). O território em questão já foi reconhecido, porém não
demarcado.
Em
entrevista realizada com o Cacique Val e a Líder Rosilene, eles identificaram
que ainda há um preconceito social acerca do indígena, onde se tem a ideação
que, para ser indígena, tem que andar de tanga e cocar e viver dentro da mata. E
quando se refere ao processo de demarcação o assunto de agrava, pois não levam
em consideração que os indígenas já ocupavam as terras requeridas. Agravando o
quadro, existe a questão fundiária, conflitos muitas vezes violentos.
Este
processo impactará na qualidade de vida dos indígenas ali residentes, bem como
poderá contribuir favoravelmente para melhoria do desenvolvimento da região
onde se localiza. A demarcação deve ser entendida como direito nato de uma
população que já residia antes dos portugueses.
Referências:
- FUNAI. Terras indígenas: o que é?
Disponível em: FUNAI. Terras indígenas: o que é?
- OLIVEIRA, T. P. P. O crescimento da presença indígena nos censos nacionais 1991-200: uma análise da região Nordeste. Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Caxambu-MG, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008.
Disponível em: O crescimento da presença indígena nos censos nacionais 1991-200: uma análise da região Nordeste.
- SILVA, E. “Os caboclos” que são índios: história e resistência indígena no Nordeste. Revista do Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco. Belém de São Francisco – PE, ano III, no 3, 2014. 127-137 p.
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