Os
movimentos vibratórios de ar na entrada do ouvido são correspondentes a tons
musicais. A música é sistematicamente dividida em compassos, e em cada compasso
há uma quantidade de tempos. São as pulsações que caracterizam o compasso.
Segundo
a lenda quando Pitágoras passava por uma funilaria, ouviu o som de cinco
martelos batendo em uma bigorna, e, admirado com o som, achou inicialmente que
este era proveniente da força das mãos, entretanto, Pitágoras observou que a
diferença nos sons se relacionava com o peso e imaginou que esses sons poderiam
ser matematicamente divididos (Santos e Sousa, 2010).
Ilustração
de Franchinus Gafurius (Theorica música,
1492) da descoberta de Pitágoras das proporções das consonâncias. Figura retirada
de Rodrigues (1999).
As
razões matemáticas presentes no peso dos martelos deram origem à construção do monocórdio que era composto por uma
caixa de madeira com apenas uma corda, que quando pressionada e tocada em
determinados pontos, produzia sons de alturas diferentes (Simonato e Dias,
2005). Pitágoras buscava relações de comprimentos, razões de números inteiros
que produzissem intervalos sonoros, e acredita-se que este foi o primeiro
experimento registrado na história, no sentido de isolar algum dispositivo para
observar fenômenos de forma artificial (Ribeiro, 2011).
Esse
experimento permitiu que os pitagóricos descobrissem que a altura de uma nota
musical dependia do comprimento da corda que a produz e a partir dele foi criado
um sistema musical através das relações entre números inteiros (Simonato e
Dias, 2005).
No
primeiro momento Pitágoras simplesmente tocou na corda e ouviu o som que ela
emitia, no segundo ele dividiu a corda ao meio, pressionando com o dedo, e
percebeu que som emitido era o mesmo da corda inteira, mas um tom mais agudo, ele
repetiu o experimento e observou os sons produzidos, que foram denominados consonâncias
pitagóricas (Ribeiro, 2011).
Para
a escola de Pitágoras a harmonia do som estava em correspondência direta com a
aritmética das proporções (Rodrigues, 1999).
Usando
o pensamento de Pitágoras, de forma adaptada, foi construído em sala de aula um
Policórdio. Para isso foi calculado o tamanho da corda seguindo a tabela
abaixo:
Utilizando
um pedaço de madeira com um círculo ao meio, foram inseridos marcadores de onde
as cordas foram presas segundo o comprimento estabelecido na tabela.
Este
comprimento definiu as notas musicais, que foram conferidas em instrumento
digital de afinação.
Segue
abaixo algumas fotos da montagem que se deu em grupo do Policórdio durante o CC
Perspectivas Matemáticas e Computacionais em Artes, na UFSB:
Alunos realizando os cálculos matemáticos da tabela acima
Grupo construindo o Policórdio
A discente Gleice Istael pregando um dos pontos onde foi fixado a corda, conforme cálculos previamente realizados.
Grupo construindo o Policórdio
Referências:
RIBEIRO,
Marcos Elias. A Matemática na Música.
TCC apresentado para obtenção de título de Graduado no Curso de Licenciatura em
Matemática pela Universidade Estadual de Goiás. Anápolis, 2011.
Disponível em: A Matemática na Música
RODRIGUES,
José Francisco. A matemática e a música. Colóquio
de Ciências. Lisboa, PT. P 17-32. 1999.
Disponível em: A matemática e a música.
SANTOS,
Tarcísio Rocha dos. SOUSA, Géssyka Damares Silva de. Construções matemáticas da
música. In: V Bienal da Sociedade
Brasileira de Matemática – Paraíba, 2010.
Disponível em: Construções matemáticas da música
SIMONATO,
Adriano Luis. DIAS, Maria Palmira Minholi. A relação matemática e a música. Revista Fafibe, ano 01, n 01. São
Paulo, 2005.
Disponível em: A relação matemática e a música




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